DESENCANTO
Entristece-me este teu desencanto,
ao deixar-me num canto...
... Dói-me a alma.
Cala-me a canção
e o encanto.
E eu, que fiz de ti poesia,
já nada sou, senão silêncio e saudade,
folha ao vento, ao relento,
um fim de tarde...
Morre o sonho e a utopia.
E eu que morria de amores,
que beijava tua boca, sôfrega, hoje choro minhas dores, infinitos desamores...
... Peno, vago, pela rua,
sob a lua, quase louca.
E se o coração pena,
sangra o verso, rezo o terço,
viro o verbo pelo avesso
e desse desencanto, no meu canto,
lavo a alma num poema.
Elisa Salles
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