JULGAMENTO
Um gole, depois outros,
Tentando afogar o coração
Me imbreaguei de ilusão,
Olhei para trás e te vi tão longe,
Tão distante,
Cada vez mais permanente em meu passado cruel,
Seria eu vítima ou réu nesse julgamento?
Há tanto arrependimento no que não fiz,
Esperando inerte e por um triz
Que as horas te tragam para mim.
Me diz:
Como nosso amor ficou infeliz?
Em que erro o "nós" se perdeu?
Quem matou o "para sempre você e eu?"
A solidão me maltrata e me acolhe,
Enquanto ponho mais uma garrafa no chão,
Carcereira ambígua na escuridão,
Deixou o portão aberto dessa prisão E nem assim consegui sair.
Quero voltar a sorrir!
Tanta saudade tem na vontade de te ver,
O fantasma de você não me deixa em paz.
Não sei se aguento mais...
Será que a razão tem Habeas-corpus para esse pesadelo?
Preciso quebrar esse elo
Antes que a vida bata o martelo.