Purgatório interno
Purgatório interno
Atentos escutai
Nas madrugadas
Meus apelos bêbados
E minhas febris discussões
Com a minha mente
Que insistente
Não para de querer
Não me mentir
Que ela já não é minha.
Um homem apaixonado
É um ser desequilibrado
Por que dentro de si
Dia, noite, madrugada,
Da aurora ao crepúsculo,
Escuta a verdade
Que na realidade não quer ouvir.
O dia inteiro
Mantenho a postura
De alguém decente
Mas em mim transcende
Toda uma vontade
De largar tudo e todos
Pra correr atrás
De um sentimento
Que pode vir a ser humilhação.
Já não me importo mais
Com riqueza
E com franqueza afirmo
Que deixem os materialistas
Me chamarem de idiota
Pouco já me importa
A única coisa que eu queria
Em suma, acumular,
Era carícias de meu amor.
Eis-me aqui
De mãos limpas
De dia, ainda sou alguém,
De noite, um resto de gente
Incontente
A toda hora me lembrando
Daquela musa sorridente e distante.
Mateus Almeida Santos. 17/02/2022