Não se apaixone por artistas
Não se apaixone por artistas
Eles são poros,
Fricção,
Vento,
Terminações nervosas.
Vão te ensinar poesia até que você perceba que a arte também é sentida
Mesmo de olhos vendados
Eles são sensibilidade,
Suor,
Musica.
Vão te prender em cordas
E te pintar em linhas
Enquanto te declama até Bethânia
No canto da agonia que te lê Tutano
Novamente, não se apaixone por artistas
Mesmo que não os toque a carne
Te rasgam o peito
É preciso cautela quando a mira do olhar te traça musa,
Te atravessa,
Te enxerga muito além de mascaras
Tu serás tela,
Escrita,
Descrita,
Chama,
Fogo,
Grito,
E coração
Tu serás desejo
A arte luta contra o mundo comedido pra se ver livre do exilio de se sentir quietinho
Eles te gritaram ao mundo
Tatearam ao quatro ventos de seu corpo feito bússola que guiaram os versos
Retrataram suspiro
E faram sorrir
Sentir,
Gaguejar,
Praguejar,
Te faram chorar no fim
Assim como você os fará derramar lagrimas na emoção teimosa das cantigas que os embalam em laços
Tu viveras no peito e nos dedos que se comunicam na voz que não esquece e nem perdoa
Não se apaixone por artistas
Tu serás gasolina no peito inflamável daquele que ama em cor