(Des)encanto
Eu me propus a te esquecer
mas insistes em estar nos meus olhos
dilacerando meu peito
deixando meus sonhos conturbados.
Por quê? Para que? Eu me pergunto.
Os minutos foram roubados
ou compartilhados?
Minha saudade foi vã?
E o desejo de tuas mãos em mim,
percorrendo minh’alma
foram mero delírio?
Ainda não consigo partir
mais um ponto para o engano
e outro para o abismo
cada vez maior entre nós.
Fico aqui, com meus devaneios
sobre o que é, de fato, amar.
Poderia ser tudo muito simples
não fosse a insistência em desistir
antes mesmo de tentar.
Os dias que pareciam passado
ainda estão aqui, no agora,
a me ludibriar entre o real e permanente
e as fantasias do inefável.
O que farei nesses dias incertos
que estão se impondo, desde logo
ainda é minha maior dúvida
quando deveria prevalecer a razão.