SEM TÍTULO
Se as palavras de minhas mãos
De mim forem silenciadas
Como poderei eu escrever
O que grita em meu peito?
Se o ar de meus pulmões
De mim for arrancado
Desbotando o viço que colore meus olhos
O que me restará?
Se meu coração deixar de amar
Fazendo a vida extinguir o meu pulsar
O que poderei eu fazer
Se dentro de ti
A saudade passar a existir?
Confesso que nada mais por ti sentirei
Nada farei ou rogarei
Pois em fôlego tudo demonstrei
Mas teus olhos sempre desatentos
Minh'alma nunca foi capaz de ler.