O último poema
Não teve culpados
Mas teve culpas...
Não teve um pedido de desculpas.
Dessa vez não tive culpa
Não tive abraço
Nem beijo
Só quis sentir meu desejo.
E eis que o último poema jaz,
Ora, quem diria!
Na mesa de necropsia...
Tome, doutora, esta tesoura
E corte
Minha singularissima pessoa
Por dentro verás um homem
Que te amou
Por dentro verás um poema
Que pranteou
Tudo de vocês, que foi tão belo
E agora não passa, cada vez mais
De um cadáver que se desfaz...
Uma homenagem ao poeta Augusto dos Anjos.