Seu desamor
A chuva passa
E você vem.
Deita em meu peito,
Eu lhe aceito,
Está tudo bem.
Mas nos trovões
Que me roubam o chão,
Fico sozinha,
Eu perco a linha
E qualquer razão.
Na tempestade
Grito calada.
O silêncio é minha dor.
A sua ausência
Me aperta tanto,
Pois não ouve o meu clamor.
Na calmaria
O seu abraço,
Buscando o meu calor.
Então se acolhe
Num embaraço,
Querendo se recompor.
Não quero
Ser intervalo
Na vida de um ator.
Assim lhe peço
Saia de cena,
Me faça este favor.
Espero
Ser a inteireza
De alguém que me dê valor.
Cansei da sua visita,
Sua passagem,
Seu desamor.