Simbiose (Quero voltar a dormir)
Acobertado sob a penumbra
Deitado dentro da tumba
Corpo chumbado
Pensamento embalado
Sentimento degenerado
O que eu expresso, enterrado
Passando pela fresta
Fruto da tempesta
Me desperta
Infesta
Pousa sobre minha testa
Brilho do sol
Celestial farol
Incide sobre mim
Torna-me atol
E deixa-me assim
Bênção que ilumina
Intrínseco à mim, elimina
Engrenagens do meu eu, domina
Linha de razão, tão fina
Rouba-me a acetilcolina
Deixa-me pálido
Tal qual a despedida
Da cobalamina
Os circuitos superiores
Puxam de volta
Salvam desse caos
Que me entorta
Porém o vinho da terra
Me contém
Me faz refém
E conduz ao além
Desperta
Quebra
Doura
Rouba
Engrandece
Fere
Coloca enxerto
Põe cabresto
Cada órbita
Seu filtro
Sua cor
Com amor
Sem amor
Água
Ou veneno
Quero deitar
Retornar
Chorar
Gritar
Resguardar
Quero dormir
Sucumbir
Sumir
Se a cegueira é o meu fim
Prefiro que o meio seja o nada
Do que o tudo