Madrugadas Infernais

Sonhei contigo hoje, Marina

Não sei se tive uma boa noite de sono

Acordar e não te ver acabou com a minha alegria

No sonho, estávamos na varanda, em fim de ano

Ficamos aguardando os fogos e, de repente, gritaria

Festejamos a virada da maneira mais linda que conhecíamos

Beijando, enquanto te carregava nesses meus braços finos

Acordei bem chateado, madruguei pouco sonolento

Partimos para tão longe, não é?

Hoje moramos em mundos distantes, você aí e eu aqui, escrevendo.

Não sei bem o que pretendo com essas palavras

Não sei mesmo, talvez só desabafar

Sei que não me tem mais em pensamentos, disse até que fomos uma farsa

Falei para os esquilos do bosque sobre você ontem, para aliviar

Pesa tê-la em minha mente como uma assombração que não acaba

Letras atrás de letras e, nada de você se apagar do meu pensar.

Pensei até em comprimidos para fechar meus olhos

Maracugina não surtiu efeito, tão pouco Dramin

Os últimos dias não tem sido dos melhores

Para conseguir descansar tenho vivido assim.

Ainda não sei como escapar dessa tormenta

Parece até as bermudas malditas

Preciso escapar e voltar a viver sem sofrência

Mesmo que eu tenha que madrugar em festas, Marina

Abaixarei essas cortinas, para sempre, e viverei alegremente

Em pura essência.