Dolência

Eu fiz este canto dolente,

O verso chegou de repente;

Nas veias do meu coração.

São versos de espinhos e flores,

Cantiga, castigos e amores,

Nas cifras do meu violão.

Portanto, é bem triste esta saga,

Que até o meu lume se apaga,

No brilho fortúnio do céu.

E sigo cansado na lida,

Querendo o porvir desta vida,

Sonhando com simples laurel.

Já sinto a borbulha no sangue,

E vejo tristonho; o seu mangue,

Os gritos e os prantos são meus.

Se queres enfim, o meu o meu drama,

Me esquivo entretanto da lama,

Saindo e dizendo: Adeus!