Mato e morro
Mato e morro!
Quando me rasgo, amo e não me deixo amar!
Mato e morro
Quando dura rocha e pouco magma a latejar!
Mato e morro
Quando o traço da poesia me embriaga de fogo em tesão ao mar!
Mato e morro
Quando cuido e descuido por não querer me dedicar!
Mato e morro
Quando a frieza toma conta e parece nunca cessar!
Mato e morro
Quando em meio a multidão meu silêncio a estrondar!
Mato e morro
Quando amo e desamo em grito uníssono a surtar!
Mato e morro
Quando na madrugada devaneios a me torturar!
Mato e morro
Quando fecho os olhos e o desejo à galgar!
Mato e morro
Quando sonho e em distração o ponho em meus lábios a salutar!
Mato e morro
Quando o peito queima e em dor de amor meu coração se põe a chorar.
Mato e morro
Quando em ousadia me recito, me toco, me desejo a não me sufocar!
Quase sempre mato!
Quase sempre morro!