Mal que amor não cura
Não venho pedir esmola
Migalhas de mesa alheia
O que agora me consola
É só me livrar dessa teia
Cheia de dores na sacola
Da lembrança que mareia.
Minha miséria é quase nada,
Diante de uma alma dura.
Ou casa de porta fechada.
Mal que o amor não cura.
Pra expectativa estagnada,
Não adianta a benzedura.
Quero esquecer depressa
O amor que não vingou.
O quê agora me interessa,
É o verso que não rimou.
Fazer poesia com pressa
É como quem nunca amou.
E com tudo se estressa,
Porque a nada se afeiçoou.
Adriribeiro/@adri.poesias