Parturição da dor!
Parturição da dor!
Parto,
nos ombros, a estrada pesa toneladas de lembranças más.
O ouvido ouve tua valsa desconfiada,
sem qualquer graça,
sem idade e sem vigor, sem nada....
Uma melodia me espanta, e anda sobre a estrada.
Os ombros quase quedados, se fazem fortes,
rumo à morte do entardecer.
Sou o último romântico deste cemitério,
destruindo infernos, escovando as almas.
Chego ao amanhecer.
Há um sol brilhando à frente de meus olhos
cheios de esperança.
Retiro a estrada, que nem mais pesa,
devolvo-a ao chão, clamo pelo amor dos versos,
canto uma suave canção.
Esqueci-me de tudo o que foi ruim.
Ai de mim não ser poeta e não carregar no coração,
versos diversos, mas amarrados à alma voadora,
e, livre, as mãos, para cantarem a alegria de um beijo doce
e a agonia fraca que se desfaz em segundos,
enquanto o amor me abraça pela eternidade.
Poema Inédito (10/11/2020)
Paulino Vergetti