Enterrei o amor
Sombra da morte que me guias
a cada dia cavo minha cova,
sinto o cheiro das flores mortas
que no meu encalço caminha.
Cemitério de poesias,
jaz aqui minhas lembranças,
meu céu, meu inferno, minha esperança,
o sonho de uma noite fria.
Na sepultura dos meus desejos
enterrei minha certeza,
toda aquela pouca beleza
que um dia chamei de minha.
Enterrei ainda o amor,
o amor que sempre foi teu,
mas seu coração não me deu
aquilo que eu merecia.
E eu morto agora choro,
vendo meu corpo se desfazer, pois
as lágrimas que dos meus olhos rolam
apodrecem o meu ser.