Enterrei o amor

Sombra da morte que me guias

a cada dia cavo minha cova,

sinto o cheiro das flores mortas

que no meu encalço caminha.

Cemitério de poesias,

jaz aqui minhas lembranças,

meu céu, meu inferno, minha esperança,

o sonho de uma noite fria.

Na sepultura dos meus desejos

enterrei minha certeza,

toda aquela pouca beleza

que um dia chamei de minha.

Enterrei ainda o amor,

o amor que sempre foi teu,

mas seu coração não me deu

aquilo que eu merecia.

E eu morto agora choro,

vendo meu corpo se desfazer, pois

as lágrimas que dos meus olhos rolam

apodrecem o meu ser.

Diogo Carmona
Enviado por Diogo Carmona em 03/11/2020
Reeditado em 03/11/2020
Código do texto: T7102844
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