O passado
Em fim ele desistiu. E talvez já fosse a hora!
De capitular no jogo ou de jogar a toalha.
Pois o coração fechou e o amor foi embora.
Mas só agora se deu conta e admitiu a falha.
Agora já está na hora de arrumar as malas.
E conferir os itens que são indispensáveis.
Rever os móveis indo dos quartos às salas.
E relembrar as cenas que foram memoráveis.
E guardar assim todos os bons momentos.
Em pastas seguras e todas bem marcadas.
E o mesmo fazer com os maus sentimentos.
Em pastas mais protegidas e até zipadas.
Limpar as lágrimas que rolam pelo rosto.
E então sorrir ainda que seja meio amarelado.
E para tentar disfarçar todo o meu desgosto.
Olhar sempre pra frente ou para o outro lado.
E se ainda restarem uns poucos lamentos.
Que estes também sejam logo superados.
E quaisquer resquícios de algum sentimento.
Que fiquem no peito quietos e bem guardados.
Dentro do cofre num pequeno compartimento.
Conhecido de todos pelo nome "O passado".
Adriribeiro/@adri.poesias