O passado

Em fim ele desistiu. E talvez já fosse a hora!

De capitular no jogo ou de jogar a toalha.

Pois o coração fechou e o amor foi embora.

Mas só agora se deu conta e admitiu a falha.

Agora já está na hora de arrumar as malas.

E conferir os itens que são indispensáveis.

Rever os móveis indo dos quartos às salas.

E relembrar as cenas que foram memoráveis.

E guardar assim todos os bons momentos.

Em pastas seguras e todas bem marcadas.

E o mesmo fazer com os maus sentimentos.

Em pastas mais protegidas e até zipadas.

Limpar as lágrimas que rolam pelo rosto.

E então sorrir ainda que seja meio amarelado.

E para tentar disfarçar todo o meu desgosto.

Olhar sempre pra frente ou para o outro lado.

E se ainda restarem uns poucos lamentos.

Que estes também sejam logo superados.

E quaisquer resquícios de algum sentimento.

Que fiquem no peito quietos e bem guardados.

Dentro do cofre num pequeno compartimento.

Conhecido de todos pelo nome "O passado".

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 18/10/2020
Reeditado em 02/12/2020
Código do texto: T7090509
Classificação de conteúdo: seguro
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