Teu amor andarilho.

Éramos felizes, em algum dia no mês de abril,

Eu dizia que seus olhos eram lindos,

Então você sorriu;

Eu sinto tua falta amor.

Mas não voltaria atrás,

Não gastaria nem se quer o ar ao meu redor para te dizer;

Palavras fáceis de um amor que se foi.

Não morderia a cartilagem de tuas orelhas para te causar prazer, ou puxaria teu fôlego para abafar em um beijo meu.

Nem me lembro de teu toque febril, débil, ermo, gentil.

Nem da tua face gélida, sem cor

Não era amor

Não era, amor?

Costumam dizer pelas ruas,

Que o asfalto frio da noite congelou meu coração,

E é verdade, a madrugada fria e escura, mostrou as covardias tuas,

Ideas tão turvas, de uma instigante ilusão.

Covarde.

Tu és andarilho promíscuo,

Parasita de sentimentos singelos,

E de teus pensamentos indecisos,

Eu me castigo,

Sou o próprio in(v/f)erno.

Congelei no teu vazio]

E embora eu ainda sinta tua falta,

Meu miocárdio prefere a solidão,

Do que viver dentro da casa,

De um nômade de coração...

—Tu és um andarilho, maldito seja!

Natália Reis de Assis
Enviado por Natália Reis de Assis em 15/10/2020
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