Metáfora para o fim
Como leite azedo de caixa fechada,
Como a fruta podre presa no ramo,
Como o mancebo deitado no prado,
Morto por nada,
O mesmo céu?
Não, só compartilhamos os mesmos infernos.
Como o pão que ficou duro e seco na mesa,
Como um velho infecundo e viúvo,
Como um carteiro desorientado,
Roda as esquinas com o endereço ao lado.
O pão que o diabo amassa?
Se amassasse comeriamos.
Como o céu em braza,
Como o corte em minha pele,
Como o suor de minha vida,
A história 'seca' e some.
Um plano maior para cada tragédia?
Não, apenas nos arrastamos entre elas.