A verdade à luz do Sol.

Quando a gente esquece

É que a verdade vem

Talvez eu possa até

Não ter opinião formada

Sobre nada

Isso eu julgo uma conquista

Porque há tanta coisa além do que se vê

Quando a gente não se lembra

As velhas sombras se dissipam

Fica mais fácil de verdade

Enxergar a luz do Sol

Quando é fim de tarde...e a noite cai

Aquela hora à toa

Em que o elo entre a vontade e a fantasia

Flutua ao vento e foge até o dia de hoje

Momento entre o querer... e o que queria

Tem dias em que as horas passam lentas

Contudo, nada muda

É tudo uma questão

De ter ou não ponto de vista

Um lugar pra ir

E vários, onde nunca mais voltar

Quando a luz do fim de tarde clareia a visão

Eu posso, então... e enfim

Dizer aqui, só para mim, a direção

Pra onde cada ponto de luz irradia

Os raios de Sol se cruzam, se vão pro fim do mundo

Eu saio pra ver o Céu, abandono as ilusões

Vem invernos e outonos

Deixando atrás de si a certeza

Que o mundo esta aqui ainda

A visão que cada um, pode ou não, perceber

A imensa maioria nem se importa, ela pode até ser linda

Mas nem todo mundo que a olha, a vê

As horas continuam parecendo passar diferentes

Quando a gente nem se lembra

Nem se quer lembrar data nenhuma

A vida, ela precisa ser vivida

Não adianta perguntar porquê

Um dia depois de outro dia é mais provável

Pois a ordem do tempo é imutável

Pra tristeza ou alegria

No mais, tudo são névoas

Visões pela metade

São coisas que obscurecem

E não há como viver pra sempre assim

Porque a verdade vem sentar na flor lá da janela

Vem quando a gente nem se lembra mais

Qual era mesmo a versão que queria ouvir

Qual era mesmo a verdade

De quem não tem ponto de vista

Mas tinha sempre opinião.

Edson Ricardo Paiva