Do outro lado
 
Nem sei se falo o que penso quando me fecho entre as penumbras das solitudes vazias.
Nem sei se penso quando falo aos portais sombrios dos casebres, perdidos nas acrópoles das minhas fantasias.
Nem sei se penso quando calo aos gritantes ruídos interiores, enrudecidos pelos mitos dissabores gerados pelas locuções das minhas poesias.
Nem sei se calo quando penso nas ideias que foram postas fora, pelos absurdos momentos de inflexão.
Ah, nem sei mesmo se falo, se penso, ou mesmo me calo aos males que ocorrem no mundo, lá por detrás dos sombrios portais... Já do lado de fora.