Violão à brasileira

Meus dias tristes passarão.

Madeira e aço, em ti me desfaço

Ao possuir tuas curvas à minha mão.

São seis as cordas atreladas em espaços

Um braço, diversas as notas, uma só canção

Suave e sonoro, esse meu objeto de consolação

É um pouso que encosto, tal como sentir o seu abraço

Enquanto soa acorde menor, correm as lágrimas ao chão

Eu o chamo de anunciante do amor, e é nele que me refaço

Outros, denominam-o simplesmente, como um qualquer violão

Não sei se ele fala de saudade das dores que deixaram-no estilhaços

Ou se a própria tomou posse de sua entidade, o mantém em total prisão

O balanço de suas cordas atordoadas dão feição a isso que é desembaraço

Soando boêmia notas elevadas ao patamar de amantes desfeitos em pedaços

Meu instrumento sagrado, o qual faz dos meus versos palhaços letras de paixão.