Desencanto

Eis a douda destruidora de sonhos

Pisando seus passos medonhos.

Vem perturbar tuas visões encantadas,

Armadoras de teus contos de fadas.

Pisa o chão e ali a terra adoece,

Enquanto maligno sorrir nela cresce.

Senta a sua bunda macia e inebriante

Sobre as nuvens oníricas do instante

E faz cair chuva ácida em teus gozos.

Num átimo, vão-se suspiros amorosos.

Escoam pelo ralo do desgosto.

Logo tu te tornas um deserto

Sob penumbra cega coberto.

Teu ser fica tão medroso e exposto.

Desaprende o êxtase, fica duro, frio,

Como um cadáver a boiar no rio.

Iago O Gazola
Enviado por Iago O Gazola em 29/03/2020
Código do texto: T6900674
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