Coleção de amores imperfeitos

Faz um tempo que coleciono

Amores falidos e imperfeitos

Num demasiado transtorno

De sentimentos árduos

Você chega e reafirma a certeza da existência

Depois vai embora e só me resta a cruel clemência

É que o amor grita ao pé do ouvido

Com a docilidade da brisa da praia

Se aproximando feito instinto

E indo festejar de gandaia

Tomando vários porres de gole em gole

Assim como eu, quando tento te esquecer

Sentindo o peito entorpecer

Quem sabe assim o álcool me console

E você seja só mais uma paisagem bonita

Que chegou de intrometida

Mas esqueceu que não podia ficar

E ainda sim não exitou em dizer me amar

Não sei até que ponto isso é coragem

Ou egoísta o suficiente para ser banal

No fim das contas meus olhos ardem

Porque o choro me consome feito vendaval

Chega sem avisar e com rapidez

E seria muita estupidez

Dizer que é uma hipérbole

Afinal eu sempre senti com tanta verdade

E minha coleção de amores

Continua chegando

Fazendo a festa e partindo

Com você não seria diferente

Só a parte que me devora: a saudade