Abelha
Pergunto-me se um dia poderei lhe mostrar
Estes versos que compus pensando em seu sorriso
Ou simplesmente aceitar
Que vivemos uma realidade longe disso.
Às vezes basta um encontro de olhares
Para fazer tudo estremecer
Como pode alguém dentre milhares
Exercer sobre nós esse poder?
Acho que a pior parte de se apaixonar
É quando tu te apaixonas na surdina
Sem controle, sem nem esperar
Quando menos percebe já está envolvida.
Eu já havia me esquecido desta sensação
Do nervosismo, do coração acelerado
De momentos que só existem em minha imaginação
Mas não se preocupe, pois este segredo ficará guardado.
Eu não seria capaz de dizer
O que há em você
Que de repente fez tudo reacender
Eu só sei me perguntar: “por que”?
Talvez seja sua tatuagem ou seu jeito de ser
Já que tão pouco sei ao seu respeito
Mas de alguma forma você me fez mais uma vez escrever
Sobre idealizações de um amor-perfeito.
Poderia a ciência algum dia explicar
Algo que é intrínseco a alma?
Quem sabe a razão possa me ajudar
A entender algo que esteja além do “karma”.
Gostaria que isso passasse de uma mera distração
Pois você jamais se interessaria por uma poetisa frustrada
Que apenas existe por me trazer esta inspiração
De acreditar que poderia ser amada.
Sei que você não entrou em minha vida
Para vivermos uma história de amor
Mas para trazer a inspiração que há tempos estava perdida
E fazer florescer outra face de meu interior.
Talvez eu só goste da sensação
Da busca por algo incerto
Já que a frustração
Há tempos tem sido um fato concreto.
Prometo não mais incomodar
Com mais um destes poemas patéticos e ruins
Mas não prometo superar
O fato de nossas almas de nada serem afins.