Escravidão

Despossuído de mim, vago insosso,

na doçura vitral da volúpia cármica

que há muito dera, ao verme ditoso,

a maciez clerical em forma sádica.

Porque "vendi-me" a tenro preço,

acostumei às algemas que me destes...

Ah! "Sinhá minha" de olhar espesso,

repouso na ausência que me impusestes!

Vivo, então, amordaçado

pela maldita utopia

de ter teus lábios alcançado!

Todavia, ainda sofro calado...

para não ter a alforria...

de teu beijo acorrentado...

Rodrigo Leme de Oliveira
Enviado por Rodrigo Leme de Oliveira em 08/03/2020
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