Vocês nunca existiram
Em minha cama, fiquei me lembrando…
Quantos copos d` água deixei derramar
E quantas mensagem eu mandei?
Entre os papéis brancos e pretos
Eu era a que sempre era rasgada
Ou na noite, eu era a esquecida das histórias
Meus dedos coçavam no celular por algo novo
Mas todas às vezes ele ficavam machucados
Contudo, um dia olhei para o espelho rachado
Eu percebi que vocês nunca existiram
Quebrei muitos vidros achando que jamais passaria
Mas assim como as tempestades passam
Vocês também passaram, mas nunca existiram
E com meu olhar baixo, vejo de longe e digo:
Que bom que nunca fui eu que habitei por mais tempo
Aquelas casas velhas e feias
Lembrei quando disse que meus lábios eu daria
Mas também lembrei quantas vezes fiquei no deserto
E derrubei mais uma vez um copo d`água na cama
E o chão só sabia ficar molhado
Um dia eu prometi todos os meus dedos
Para vários dias mágicos e de muito carinho
Eu estaria ali de alguma forma que fosse
Mesmo que ninguém quisesse você
Contudo, um dia passei dias deitado pensando…
E eu percebi que vocês nunca existiram
Fui atrás dos papéis para ver se tinham alguma verdade
Mas não tinham nenhum escrito vivo
Quer saber? Peguei todos eles e joguei no lixo
Pois eu sei que vocês nunca existiram
Que bom que um dia eu fui embora cinco da manhã
Daquela praia fria e solitária
Eu bloqueei os meus contatos e meus números
Não me preocupo mais em dar nada em troca
Apenas não tenho mais nada para dizer
Pois não posso falar do que nunca existiu