Traçado
quando escuto traçado
você me vêm a cabeça, e eu não mais te quero te gosto ou te tenho paixão
toda vez que eu retornar á memoria daqueles dias e das canções
inevitávelmente vou te revisitar
tu já não é aquele e nem eu aquela,
por isso me abraça a memória e sei que vou chorar
vendo coberto de concreto onde outrora eu vi te amar,
sua luz foi se apagando e nosso fogo morrendo de desgosto
por só acender cigarros e não mais nossas peles frias.
bestificada de achar que tu ias entender, até parece
estavámos nos afundando, fiquei pedi, bate esse martelo em meu coração,
existem limites para ajuda, e só é possível ao outro depois de se ajudar,
não sinto sua falta que num abolerado blues me visita os ouvidos
e num lampejo seus cabelos encaracolados se jogam pra tras ao vento, sua boca se abre e nas noites azuis declamamos amor sem declarar, nao entra nada em tua cabecinha
afogo a dor de outro jeito, talvez quando ouvimos ao mesmo tempo
algo de incrível acontece no universo que envia esses pensamentos,
ou quando muito atoa não sei com o que me ocupar, já faz muito tempo que não paro na esquina e olho teu lar,
onde eu fazia abrigo, arte e amigos á cultivar.
quando clara chegou, deixou a repulsa e foi-se embora,
num ato de repulsar, eu repulsiva repensei em desquerer,
já não há mais nada até tua casa
com nós,
viramos mais um bar
11fev2020