Estilo Django (Antônio Retireiro)

Quer briga? Eu brigo,

De mim não colherá figo...

Sou espinheiro e Abrolhos.

Indignado não estagna,

Chega de lágrima…

Agora só sangue nos olhos.

Vim resolver nossas diferenças,

Vão engolir cada ofensa..

Com os dentes e tudo.

Estou com fome,

Do prato que frio se come…

Quero a cabeça dum porco graúdo

Como, não se vingue?

E adianta ser um Luther King…

Mandela, Gandhi ou Madre Teresa?

Já chega de correr, correr,

Matar para não morrer…

Isso é legítima defesa.

Hora marcada pro luto,

Um jovem há cada 23 minutos…

E a gente nem se coça.

Ouçam meus irmãos e irmãs,

Agora chorem outras mães…

Não, não, não, nunca mais as nossas.

Pagá-los com a mesma moeda,

Nada de flor a quem dá pedra…

Nem tapete escrito: Bem-vindo.

Política de tolerância zero,

Pois essa paz também não quero,

Seguir admitindo.

Tenho mágoas,

Não são águas passadas.

Ainda paradas…

Foco de Aedes aegypti.

Nossa tragédia, tema de comédia…

Motivo de piada.

Mudou nada, mesmo script...

Não me interessa mea culpa,

Se ainda nos mata, rouba e estupra…

Exatamente como outrora.

Já suportei à beça

Não dou a outra face nem essa…

Estilo Django a partir de agora.

Olho por olho, dente por dente,

Como arrancaram os da gente..

Quase todos fora.

Justiça com as próprias mãos,

Sei que por nós nunca farão…

É o momento de ir às forras.

Batizam praças, avenidas,

Com nome dos (estupradores) homicidas

Da nossa descendência.

Sendo assim rendo homenagem,

A quem os matou e sua linhagem…

Ventura Mina minha reverência!