ENDEIXAS À POESIA ACTUAL
“No centenário do nascimento de Jorge de Sena”
Ó meu distinto poeta
Se ainda fosses vivo
Ficarias pela certa
Para sempre cativo.
Para sempre cativo
Quiçá morto talvez
Neste reino nocivo
De franca estupidez.
Por arte dos demónios
Em maléfica dose
Perderias neurónios
De vil metamorfose.
Nem Abril te sorriu
Na onda do desejo
Pois mirou-te e sumiu
Em máscara-despejo.
Fez-te a Velha Senhora
Na barcaça do Graal
E agora Sena, agora,
Onde está Portugal?
Poesia clara e serena
Deu-te um estro real
E agora, diz-me Sena,
Que é da poesia Actual?
Frassino Machado
In FRAGMENTOS POÉTICOS