SOPRO
SOPRO
Escaldante teu sopro de vida,
em mim
Abriu a garganta, escancarou
as trancas
Palavras acantonadas viraram
encantadas
Ressurgem do nada, de um toque
novo
Emergiram do luto, voltam a vida
volta minha sedução
Santa e profana, rosto duplo de uma
grande paixão
Luta constante na arena da alma no
coliseu dos poetas
Entre a dor do intelecto, e o demente
tempo de conquista
Guardei sonhei, poeta de carne, centelha
da eternidade
Entre punhais e espadas faz-se um musgo
de sangue sulcando a face
Poeta da noite escreveste em minha alma
sofre o corpo
Vagueia o espirito, em trajetórias de lutas
travadas
Galgando as alturas, aprofundando mares
abismos
Avesso de senhora a menina, frágil acanhada
de rara beleza
Colada em minha carne frágil como espumas
desvaindo-se nas veias
Não quiseste batalhar prender em ti meu coração
Porem um pedido te faço , torna-te real antes
do adeus de minha alma
ADELE PEREIRA
07/08/19