Amor Boêmio
Amor Boêmio
Eis o Amor boêmio que chega,
desprendido, sorrateiro e bandido.
Eu me insinuo e em lascívia o cativo
e de imediato o emparedo num livro.
Sem orelhas e sem marcador de páginas,
impossível ele escapar remando à margem.
Noutro volume, algemada ao desvivido,
sou escudeira dos momentos roubados.
Ficaremos guardados no mesmo portal,
graças ao motim por mim articulado.
É o veredito por termos transgredido,
o que não nos cabia no desmedido,
aceito apenas na *Ciranda Literária.
Ofereço a eternidade na Alvorada,
ambos espremidos dentre as traças,
embora por estantes separados.
Seremos exemplos em artigos,
de que a Felicidade, na verdade,
não serve para nada!