Culpada

Culpada

Aquele que eu julgava grande,

não era grande tampouco Amor.

Entremeio o coma e a realidade

deixo de embalar a inverdade.

Volto para a caverna de Platão,

com cicatrizes pelo rosto

e gangrena na alma suturada.

Melhor seria não saber nada!

Sim, os livros foram rasgados,

outros relegados ao claustro.

Uma carta ou outra escapou,

no bolso e na lapela do carrasco.

Em nosso caso, havia muito risco,

para muito pouco rabisco.

Serei condenada?

...

Não era grande, tampouco Amor.

Foi a justificativa que eles usaram,

para na Inquisição ser sentenciada.

“Queimem tudo sem piedade,

eis outro exemplo de *Scarlet Letter”.

A prova contundente?

Uns bilhetes picantes já encaixotados,

denonimados contra o cânone poético

e foram como heresia registrada.

CULPADA!

Foi só o que ouvi no bater do martelo.

Railda
Enviado por Railda em 27/07/2019
Código do texto: T6705992
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