Culpada
Culpada
Aquele que eu julgava grande,
não era grande tampouco Amor.
Entremeio o coma e a realidade
deixo de embalar a inverdade.
Volto para a caverna de Platão,
com cicatrizes pelo rosto
e gangrena na alma suturada.
Melhor seria não saber nada!
Sim, os livros foram rasgados,
outros relegados ao claustro.
Uma carta ou outra escapou,
no bolso e na lapela do carrasco.
Em nosso caso, havia muito risco,
para muito pouco rabisco.
Serei condenada?
...
Não era grande, tampouco Amor.
Foi a justificativa que eles usaram,
para na Inquisição ser sentenciada.
“Queimem tudo sem piedade,
eis outro exemplo de *Scarlet Letter”.
A prova contundente?
Uns bilhetes picantes já encaixotados,
denonimados contra o cânone poético
e foram como heresia registrada.
CULPADA!
Foi só o que ouvi no bater do martelo.