Coração de Ninguém
Coração de Ninguém
Num momento de descuido,
arranquei seu coração à força
e o fitei com certa esperança.
Aconcheguei-o nas mãos,
arrolado em forma de concha.
Fiz cócegas e longos carinhos,
trancei seus cabelos em beijos.
Tirei nomes de outras mulheres,
há tempos ali embolorados.
Em represália o coração reagiu,
não se entregou após os afagos.
Devolvi seu coração pulsante,
porém no lado direito do peito.
Por mim ele não mais tilintava!
Acreditei que não seria morada
de tantas outras candidatas.
Naquele mesmo momento,
começou uma fila interminável.
A tática não tinha funcionado.