Paixão
Paixão
Era um Amor infindo aquele,
ornado dum dourado das estrelas
e com abotoaduras prateadas.
Ele era todo meu e eu nada dele.
O tempo passou correndo e,
no meio do caminho nos perdemos.
Ele tal Prometeu num Amor eterno,
a ele nem sequer dei um beijo.
Décadas depois, o reencontro,
da amizade fizemos recomeço.
Devolvi a ele todos os beijos,
que eu lhe devia há tanto tempo.
Colocamos na prática o Amor
por mim a tanto desperdiçado.
Trocamos juras de nosso futuro,
volúpia do agridoce pecado.
Ele me envolveu num abraço
saiu de soslaio escondendo o rosto.
Acordei sozinha e decepcionada,
agora a Paixão tinha se vingado!
Eu era tudo dele e ele de mim nada.
Livro FLORBELA, NÃO EU