Liberta na Escrita

Liberta na Escrita

O que realmente me liberta,

é usar canetas como remos

para desbravar mar de letras

e trazer a tona pensamentos.

O que me fascina é a lupa na página,

para seguir rastros dos que dormitam

e resgatar algumas características.

Quisera fluísse assim o melhor poema.

Deixaria de ser uma mera espectadora

dum cenário corriqueiro do dia a dia,

para deitar na folha pálida um esboço

inspirada na cor de sua pele morena.

Florbela de soslaio me perscruta

e insinua para que eu me aproxime.

Clama por perpetuar sua memória,

como se eu fosse uma boa escriba.

Reclamam os outros que se aproximam,

que por terem optado pela solidão

são tidos como “estranhos” num limbo

ou nascidos além do tempo, destituídos.

Como se Deus na largada pela vida

tivesse dito quem seria a Musa ou Poeta.

A primeira nascida para inspirar o mito

e a segunda com a função de Rapsodo.

Tento decifrar o inebriante mistério,

dos que transcenderam e os que subsistem.

Enquanto isso, o mar de letras tentador,

parece me convidar enquanto eu rabisco.

livro;

FORBELA, NÃO EU

Railda
Enviado por Railda em 24/07/2019
Código do texto: T6703746
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