Liberta na Escrita
Liberta na Escrita
O que realmente me liberta,
é usar canetas como remos
para desbravar mar de letras
e trazer a tona pensamentos.
O que me fascina é a lupa na página,
para seguir rastros dos que dormitam
e resgatar algumas características.
Quisera fluísse assim o melhor poema.
Deixaria de ser uma mera espectadora
dum cenário corriqueiro do dia a dia,
para deitar na folha pálida um esboço
inspirada na cor de sua pele morena.
Florbela de soslaio me perscruta
e insinua para que eu me aproxime.
Clama por perpetuar sua memória,
como se eu fosse uma boa escriba.
Reclamam os outros que se aproximam,
que por terem optado pela solidão
são tidos como “estranhos” num limbo
ou nascidos além do tempo, destituídos.
Como se Deus na largada pela vida
tivesse dito quem seria a Musa ou Poeta.
A primeira nascida para inspirar o mito
e a segunda com a função de Rapsodo.
Tento decifrar o inebriante mistério,
dos que transcenderam e os que subsistem.
Enquanto isso, o mar de letras tentador,
parece me convidar enquanto eu rabisco.
livro;
FORBELA, NÃO EU