A dança do casal
A bateria rufava os tambores
Pareciam horrores.
O teclado espumava os sons
Sendo daqueles, os bons.
Na pista, um casal franzino,
Deveria ser da família Rufino.
Ele, alto, vistoso, amoroso.
Olhava fito ao par, bastante prazeroso.
Mesas ao lado direito,
Outros casais olhavam bem estreito.
Queriam dançar, queriam brincar,
No salão a valsar.
A cada passo maluco
Tinha até um turco.
Falando ao ouvido, bem baixinho,
Afagando o seu gatinho.
Ele a fitava no olhar,
Dizia algo ao bailar.
O som era mais forte
Vindo do lado norte.
Ela lhe dizia alguma coisa
Olhando firmemente para a lousa,
Escrito estava,
Que ele a amava.
Um, dois, três e o quarto passos
Viriam terminar nos braços.
Não sei quem, mais alguém lá fora
Dizia para ela ir embora.
Ele, ainda mudo,
Ali, com o amor perdido.
Sentou-se na calçada, ao lado.
Permanecendo ali, calado.