O Baile das Máscaras Abertas

Que tragédia sobre mim se abate

Abraço-a para que me mate

Pura verdade, a quem afetaste?

Os meus olhos denunciam teu contraste

Assim fecho-os aos que podem ver

Decido que nem eu e nem ninguém deve me ter

Mesmo que assim ja tenha

Sou mesmo tão incontrolável quanto as brasas de um fogão a lenha

Mas que poderosa arma vil

A mais fatal dentre outras mil

Me entregou e me despiu

Mas meu grito de socorro ninguém ouviu

Aqui jaz minha esperança

Morta jovem como uma criança

Que é destruída aos beijos e abraços pelo ritmo da dança

Seu vazio é preenchido de imagens

Pinturas, memórias e paisagens

Sem se ver assim o transbordar de suas margens

Afogado no oceano daquelas viagens

O golpe final é ainda mais sangrento

Mascara sutilmente o desespero violento

Voltemos então aos beijos, abraços e aos sabores soberbos da ambrosia

Transformando toda dor em poesia.