DIA «D» DO MUNDO
“Comemoração do 75.º Aniversário do Dia D”
Sintam o fragor dos aviões anunciando a morte
Sintam o ribombar guerreiro dos canhões
Sintam o gargalhar trágico das metralhadoras;
Olhem a ardência das praias dos negros aços
Olhem a agonia das areias juncadas de mortos
Olhem os rios das lágrimas ensanguentadas;
Oiçam os gemidos acres das gargantas secas
Oiçam os gritos fantasmas das rubras chamas
Oiçam os cantos lúgubres das aves de rapina…
Mas observem, sobretudo, os rostos infernais,
As escandalosas máscaras rotas de par em par
E os peitos feridos pelas baionetas do ódio.
Aquele foi o dia «D» dos desérticos abismos,
O dia «D» das estéreis mentes humanóides,
O dia «D» das almas Diabólicas dos corpos.
Aquele foi o Dia «D» de todas as Dores,
O Dia «D» de todas as Dívidas e Desgraças…
O Dia «D» de todas as Danças da Morte!
Onde está o Dia «D» da Santa LiberDade?
Onde está o Dia «D» dos Direitos e Deveres?
Onde está o minotáurico Dia «D» do MunDo?
Pior, pior, só mesmo Hiroxima e Nagasaki!
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA