Nada novo sob o sol

Comecei a me acostumar com as despedidas,

Os términos,

A estar só.

Cheguei a conclusão de que queria algo que ninguém poderia me dar:

Um amor igual.

Essa que é a maior ironia sobre os românticos do século do desamor:

Serem tão raros e únicos a ponto de não conseguirem encontrar seus iguais.

Como o sol, cercado de planetas

E distante de todas as outras estrelas do espaço.

Será que o sol já se sentiu só alguma vez?

Comecei a me acostumar com o aperto no coração,

A colecionar cicatrizes,

A não sentir mais amor e até com a ideia de que ele sequer existe.

Um romântico sem crença no amor é o que?

Um crente sem fé;

Uma ostra sem pérola;

Um céu sem estrelas.

Será que esse sol já virou um buraco negro?

Comecei a me acostumar a acumular ciclos,

A confundir as histórias,

A misturar os sorrisos,

A deixar os os fins e recomeços se juntarem à rotina.

Pelo menos uma última faísca que prova que ainda não desisti

Sucetivas tentativas sem a esperança de conseguir

Brilhando cada dia mais um pouco menos

Tentando manter viva a chama

E se acabando em sua própria imensidão,

Até se apagar e só haver escuridão.

Mas até ai

Nada novo sob o sol.