MENTIRA DE AMOR
Tu fingias que me amavas,
e eu fingi que te amei,
Eras tu que me enganavas,
ou fui eu que te enganei?
Amor se não verdadeiro
Sempre tem vida curta
É como o fácil dinheiro
Na mão daquele que furta
Acaba bem rapidinho
Do mesmo jeito que entrou
E deixa o bolso vazio
Do jeito que o encontrou
Nada tínhamos em comum
E nem conseguíamos ver
Que o que agradava a um
Ao outro nem dava prazer,
Mas faz parte da vivência
Brincar de fazer amor
Vale pela experiência
Sem sentimento de dor
Assim, amigos ficamos
Sem ressentimento e rancor
Ao fingir que nos amamos
A nós mesmo enganamos
Com nossa mentira de amor.
Rio, dezembro/1967