Tutela
Seu solfejo desfaz minha sina,
Ao inundar de dócil encanto,
O negro selo, com breve pranto,
Que o afago dos lábios ensina.
Sua volúpia me põe enlevo,
Pois, de soslaio, seu olhar em zelo,
Cedeu-me atalho para o receio,
De repousar minh’alma ao seu seio.
Mas, o que disso se pode atinar?
Um belo trevo de sorte a lembrar?
Ou, um empório em que se anela?
De certo, razão, aqui, não se revela,
Porém, o que não se pode mascarar,
É o meu anseio por sua tutela.