Os donos ...
das mineradoras passam
soberbos,
soberanos.
Donos da terra,
parte do Planeta,
o nadinha do Universo,
 a poeirinha do Multiverso.
Admirados pelo povo,
desfilam a riqueza
extraida do relevo.
Em nome do mercado,
os olhos são fechados
para a destruição.
Voa a hesitação!
Quando o minério é escoado,
os passantes abrem alas
para o caminho desolado.
O barulho do silêncio chora,
com o meio ambiente,
passo a passo, destruido.
O homem vai minando,
sem consciência,
a saúde da Terra e
da própria existência.
Não desperta o interesse
dos que vivem a seu lado.
O azul da serra
vai ficando lamacento,
a cor do pecado.
Vez por outra, o céu dá sinais
de que algum ato está errado:
despeja a chuva
num só lugar.
São as lágrimas empoçadas
nas tristonhas nuvens,
que de cima...
choram a serra destroçada.
Não há questionamento,
se a mineradora matou o rio,
símbolo da alegria do passado.
Há quem pense...
que o perigo mora longe,
mas não vê que ele caminha bem ao lado.
O capital natural
vai sendo devastado,
com aplausos e conivência
das autoridades e dos poderosos.
A população, com venda nos olhos,
não quer acreditar
qua a tragédia pode chegar
e ecoar os gritos abafados,
das entranhas da Terra,
que geme o presente e o passado.

O texto refere-se à Mineradora de Lavrinhas-SP, localizada na Serra da Mantiqueira.

foto  Zaciss

 
zaciss
Enviado por zaciss em 30/01/2019
Código do texto: T6563246
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