CANÇÃO DO SONETISTA TRISTE
Sou um sonetista chorando sozinho;
O espinho do meu amor saca o sossego,
Aconchego que me lixou pelo caminho:
O meu carinho deixado no lixo; seu ego
Mais cego que morcego pela escuridão
Ilusão dos meus beijos cheirando à tristeza
Incerteza dos meus desejos rente ao chão…
A solidão é uma caixa cheia de frieza…
Beleza do lume do perfume, meu fruto,
Produto bruto do meu ser poeta pra ti…
Vim vindo pelo jardim como um puto enxuto,
Mas o chuto astuto que levei eu nunca vi.
Desisti de ti e hoje ensaio o meu canto
Enquanto busco neste vasto mundo
O perfume, e o mais doce elixir encanto
No recanto dos poemas, em cada segundo.