Em um lugar seguro.

A vigilância do olhar

Que zela pela proteção

Ainda cai sobre mim

Nas vezes em que tento

Decifrar a maneira a qual

Tu escapaste de minhas memórias.

Eram braços envolventes

Em uma manhã ensolarada,

Respiração em sintonia

Sem ter o mínimo desejo

De sair do transe

Que a ausência de

Ações e palavras podiam emitir.

Hostilidade e culpa,

A mutação que possui-me

Entre espaços vazios

Que vago por descanso,

Os únicos lugares em que

Sinto-se completo por

Razões silenciosas.

Paredes rachadas até o teto,

Janelas envolvidas pelo embaço

Que também cega aos meus olhos.

Luzes d'um novo dia

Penetram o ambiente

Para cintilar as

Recém-criadas feridas.

O calor ainda aquece

A epiderme quando não há

Como manter o frio fora

Da prisão que torna-se o interior.

Era um lugar seguro

Estar envolvido em seu abraço,

Era peculiar como

Tudo dito e feito

Voltaria mais tarde

Apenas para mostrar-me

Que agora não há nada para dizer

E não há nada para fazer.

No amanhecer do epilogo,

Não fora uma catástrofe

Feita para se viver após,

Mas sim para sobreviver

À deriva do desconhecido perigo.

Daniel Yukon
Enviado por Daniel Yukon em 11/01/2019
Código do texto: T6548167
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