Em um lugar seguro.
A vigilância do olhar
Que zela pela proteção
Ainda cai sobre mim
Nas vezes em que tento
Decifrar a maneira a qual
Tu escapaste de minhas memórias.
Eram braços envolventes
Em uma manhã ensolarada,
Respiração em sintonia
Sem ter o mínimo desejo
De sair do transe
Que a ausência de
Ações e palavras podiam emitir.
Hostilidade e culpa,
A mutação que possui-me
Entre espaços vazios
Que vago por descanso,
Os únicos lugares em que
Sinto-se completo por
Razões silenciosas.
Paredes rachadas até o teto,
Janelas envolvidas pelo embaço
Que também cega aos meus olhos.
Luzes d'um novo dia
Penetram o ambiente
Para cintilar as
Recém-criadas feridas.
O calor ainda aquece
A epiderme quando não há
Como manter o frio fora
Da prisão que torna-se o interior.
Era um lugar seguro
Estar envolvido em seu abraço,
Era peculiar como
Tudo dito e feito
Voltaria mais tarde
Apenas para mostrar-me
Que agora não há nada para dizer
E não há nada para fazer.
No amanhecer do epilogo,
Não fora uma catástrofe
Feita para se viver após,
Mas sim para sobreviver
À deriva do desconhecido perigo.