O Homem Que Não Sabia Esquecer

Fecho a janela, me perco na hora;

Fecho a úmida janela da minh'alma

Aperto dentes e punhos com calma

Assim então... meu corpo alvo transborda.

O bafo quente sobre o travesseiro

Contrasta com o frio da minha costa;

Me tranco no meu mundo e me protejo,

De todo ilusório que há lá fora.

Simples memória; tão bem faria a mim...

Ouvi-la sorrindo dizendo "acorda"

Ou deitando serena sobre mim,

Como já fizemos outra doce hora.

Não há sequer, uma fagulha de luz

Atravessando essa minha janela,

Tenho que sair deste úmido palácio

Observar a cidade, esquecer dela.

Me Lembro de dizer que escreveria

Uma poesia linda; bela para ela...

Linda é'ssa criativa melancolia,

Da tinta aguada com sal: pintou tela.

Tot Seltsam
Enviado por Tot Seltsam em 07/01/2019
Reeditado em 07/01/2019
Código do texto: T6545338
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