O Homem Que Não Sabia Esquecer
Fecho a janela, me perco na hora;
Fecho a úmida janela da minh'alma
Aperto dentes e punhos com calma
Assim então... meu corpo alvo transborda.
O bafo quente sobre o travesseiro
Contrasta com o frio da minha costa;
Me tranco no meu mundo e me protejo,
De todo ilusório que há lá fora.
Simples memória; tão bem faria a mim...
Ouvi-la sorrindo dizendo "acorda"
Ou deitando serena sobre mim,
Como já fizemos outra doce hora.
Não há sequer, uma fagulha de luz
Atravessando essa minha janela,
Tenho que sair deste úmido palácio
Observar a cidade, esquecer dela.
Me Lembro de dizer que escreveria
Uma poesia linda; bela para ela...
Linda é'ssa criativa melancolia,
Da tinta aguada com sal: pintou tela.