A Choro dos Acúleos

A grama acama o corpo do Garoto

O verde bebe o sal das suas lágrimas

Ouve os gritos amargos de suas feridas

E os pedidos de socorro do flagelado coração

Ecoados pelo choro que viola o silêncio

Os filetes clorofilados chegam ao ouvido

Sussurram o desejo pela nascente da tristeza

E o desenho da correnteza a levou

O cheiro das rosas o chamou

Ao seu belo encontro

Cujo fim foi dado pelo espetar dos vários acúleos

Que integram sua beleza

E apesar dos vários perdões emanados por suas

Finas pétalas

O ardor povoou o seu inocente corpo

A razão dos filetes se encontrava em um pêndulo

Em um momento, ele iluminava um Garoto sob

Um viver aprisionado, tornando seu coração azul

Tal qual pele sem sol

Em outro, ele revelava um círculo

Com um lado mergulhado em

Encanto

E um lado fadado ao

Desencanto

O pêndulo parou

E a grama viva

Fechou a ferida

Do espírito tingido em tristeza

Exalou o perfume

E o acamou em sono

A voz, por último, confidenciou: Essa é a natureza. Não deixe - a roubar o vermelho do seu coração.

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 18/11/2018
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