A Choro dos Acúleos
A grama acama o corpo do Garoto
O verde bebe o sal das suas lágrimas
Ouve os gritos amargos de suas feridas
E os pedidos de socorro do flagelado coração
Ecoados pelo choro que viola o silêncio
Os filetes clorofilados chegam ao ouvido
Sussurram o desejo pela nascente da tristeza
E o desenho da correnteza a levou
O cheiro das rosas o chamou
Ao seu belo encontro
Cujo fim foi dado pelo espetar dos vários acúleos
Que integram sua beleza
E apesar dos vários perdões emanados por suas
Finas pétalas
O ardor povoou o seu inocente corpo
A razão dos filetes se encontrava em um pêndulo
Em um momento, ele iluminava um Garoto sob
Um viver aprisionado, tornando seu coração azul
Tal qual pele sem sol
Em outro, ele revelava um círculo
Com um lado mergulhado em
Encanto
E um lado fadado ao
Desencanto
O pêndulo parou
E a grama viva
Fechou a ferida
Do espírito tingido em tristeza
Exalou o perfume
E o acamou em sono
A voz, por último, confidenciou: Essa é a natureza. Não deixe - a roubar o vermelho do seu coração.