Destrato
Isso é um decreto esquecido na estante
Estando no meu casco parecendo figurante
Plastico injetado nas veias do estudante
Drástico arrojado das varandas flamejantes
Infame, inflame, e no seu colo derrame
Cárcere privado, desfaça os arames
Aponte, escreva, nos meus sonhos reclame
Deite, descanse, na água da chuva se banhe
Senti a pele fria na essência da minha fronha
Senti o veneno nos sonhos da sua vergonha
De olhos atentos na volta da rua dezoito
A lâmpada queimada só me deixa mais afoito
Buscando matéria pra entender a minha ironia
Dichavando alegria na porta da drogaria
Desenterrando Deus pra decompor a simetria
Derretendo o aço dos chaveiros que eu tinha
Castelos de Bonn não tem a infraestrutura
Do aço derretido, esculpida a fechadura
O topo rasga o chão, achando minha figura
Compasso corroído marcando a abertura
Dois terços da comédia eram migalhas de rato
Destrato no contrato, aponto o almoço do gato
Esse terceiro olho é a quimera do abstrato
Boato do retrato fruto do desacato
temperado com o extrato que irá para o palato
Degustado e reprovado, hoje não vai ser brindado