Destrato

Isso é um decreto esquecido na estante

Estando no meu casco parecendo figurante

Plastico injetado nas veias do estudante

Drástico arrojado das varandas flamejantes

Infame, inflame, e no seu colo derrame

Cárcere privado, desfaça os arames

Aponte, escreva, nos meus sonhos reclame

Deite, descanse, na água da chuva se banhe

Senti a pele fria na essência da minha fronha

Senti o veneno nos sonhos da sua vergonha

De olhos atentos na volta da rua dezoito

A lâmpada queimada só me deixa mais afoito

Buscando matéria pra entender a minha ironia

Dichavando alegria na porta da drogaria

Desenterrando Deus pra decompor a simetria

Derretendo o aço dos chaveiros que eu tinha

Castelos de Bonn não tem a infraestrutura

Do aço derretido, esculpida a fechadura

O topo rasga o chão, achando minha figura

Compasso corroído marcando a abertura

Dois terços da comédia eram migalhas de rato

Destrato no contrato, aponto o almoço do gato

Esse terceiro olho é a quimera do abstrato

Boato do retrato fruto do desacato

temperado com o extrato que irá para o palato

Degustado e reprovado, hoje não vai ser brindado

Ed Dalferth
Enviado por Ed Dalferth em 11/09/2018
Reeditado em 26/12/2019
Código do texto: T6445661
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