Estilhaços de poesia

Então esta é a tua

bendita felicidade?

Eu fazendo inertemente

todas as tuas vontades?

Sem poesia, sem prosa,

sem verso, sem violão

Ameaça de espancamento,

Vergonha e exposição

Riscas um item e outro

Da minha pequena alegria

Adeus na curva do tempo

Mais esta doce euforia

Tenho muito a agradecer

Roupa limpa, pão e prato

Tantos anos de carinho

Amor, calor e bom trato

Felicidade não devia

ser assim desse jeito

Coração acorrentado,

Costurado neste peito

Obscura liberdade

sob esta supervisão

Ratinho desnorteado

Sob a pata do leão

Escondido no banheiro,

Pare de assoviar

Por favor abaixe o som

Quando é que vai nos dar

Teu "best seller" do amor;

Autocomiseração

Qual teu poema nos dá

Simples remuneração?

Estilhaçando os meus sonhos

Nos quais você não está

Espantando a tudo e a todos

Que queiram se aproximar

De dentro da solitária

Fecho os olhos, vejo o mar

Sou poeta, criativo

Tenho asas, sei voar