Sublime desamor

Eu vejo os dias passando,

enquanto as flores vertem lágrimas,

O inverno finalmente as está estancando,

enquanto o livro perde todas as suas páginas!

Não a amo...

Porque não posso amar!

Não a desamo,

porque sou incapaz de lhe desamar!

Eu vejo o mundo girando,

enquanto chocam-se as placas,

a calamidade está se espalhando,

enquanto o mudo perde suas falas!

Não te amo...

porque isso faz sangrar!

Não te desamo...

porque isso me faria chorar!

Vejo na rua pessoas conversando...

mas sua face não se encontra nelas,

vejo poetas, em todos os tempos... recitando...

Mas nenhuma musa citada como ti és tão bela!

Te amo...

e preciso recitar!

Te desamo...

por estar comigo... sem nunca sequer... estar!

Epilogo

Os dias estão terminando,

as lágrimas das flores congelaram!

Vê-se o mundo parando,

as placas não mais se chocam!

As pessoas nada mais dizem,

enquanto o poeta...

nada mais recita,

sobrando apenas uma epigrafe e uma tumba vazia:

“Aqui jaz aquele que amou sem verdadeiramente desamar,

aquele que sonhou que podia devanear,

que versou até não mais ter com que versar!”

RS Schindler (Renan Souza)

08/07/2018