FOMOS ROUBADOS
Minha musa!
Você não me perdeu
Nem tampouco a perdi.
E quando diz que não me esqueceu
Saiba também que eu não te esqueci.
Fomos roubados e traídos.
Rendidos num repente de paixão.
Fomos fracos e desentendidos
Das coisas do coração.
Se sofremos do que morremos
E vivemos apartados,
É por que já fomos dois e assim sendo,
Tudo o que já se foi, é passado!
Mas nem tudo foi perdido...
Se não fomos de um tudo errado.
O que não pode ser esquecido
É por que ficou guardado.
E nesse paradoxo em que nos perdemos,
Seguiremos abastados do amor.
Não de todo aquele que tivemos
Mas do que deu lugar a dor.
Do que deu brechas ao um desejo alheio...
Quando a flecha de um cupido tosco
Banhou-se do sangue vermelho
De um amor que já nasceu torto.